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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eleições para a Reitoria da UNEAL-2010

A UNEAL, no dia 10 de Junho de 2010, escolheu, em segundo turno, os Professores Jairo Campos e Clébio Araújo da Chapa 1. Os resultados que faremos uma reflexão abaixo, demonstram vitorias em todos os campi. Com a denominação de AUTONOMIA, a chapa 1, me parece, buscava se distanciar da política de subserviência aos governos estaduais e municipais. O que não signifique dizer que não precisará de tais governos e governantes, mas que, em minha concepção, urge a necessidade de pensar uma política de ESTADO para a UNEAL e não apenas de governos.
O resultados abaixo, no caso do segundo turno, foram coletados em: http://mundobr.pro.br/uneal/2010/06/11/chapa-1-e-vitoriosa/. Os do primeiro turno, enviado por e-mail por um amigo, após divulgação pela Comissão Eleitoral.
Aqui vou fazer uma comparação entre os resultados do primeiro turno, não apresentei por campus por não possuo, com os do segundo turno, este apresentado em detalhes. São análises do ponto de vista de quem apoiou a chapa 1, justamente porque acreditava nas propostas dos professores Jairo e clébio.Pontanto, se não acredito em neutralidade, na ciência, também, não acredito em lugar algum.
Certa vez um aluno perguntou o que fez com que eu tivesse dado apoio a chapa 1 e, na eleição anterior, mesmo tendo votado no professor Dacio/Laudirece, não explicitado ou participado de campanhas. A minha resposta foi a seguinte. Na eleição para Reitoria anteriormente, eu conhecia o Prof. Dácio, sabia quem ele era e, por isso, não faria campanha. Sabia, também, quem era a Diretora-presidente(também candidata). Resolvi pela opção mais plausível naquele momento. Sabia que iria exigir, como fiz, a realização da propostas, mas tinha em mente, que o apoio interligado aos interesses estatais, eram impeditivos de qualquer mudança. Já Jário e Clébio, possuem outra trajetória política, posicionamentos diferenciados e os qualificam para pensar uma Universidade verdadeiramente Autônoma, por isso, foi possível dizer a todos que temos alternativas de lutas. Creio que eu, e grande parte da comunidade acadêmica também acreditou em uma proposta que acredito ser séria. Vejam os dados abaixo:

RESULTADO GERAL NO PRIMEIRO TURNO

CHAPAS V D O V T E V A L V C TOTAL URNAS APURADAS
CHAPA 1 - 78 54 1165 49,43
CHAPA 2- 52 58 321 30,16
CHAPA 3 - 34 27 397 20,41
TOTAL VOTOS 164 139 1883 100,00 23
T D O T T E T A L

Legenda: VDO = Voto Docente; VTE = Voto Técnico-Administrativo; VAL = Voto Aluno; VC = Percentual de Votos Computados; TDO = Total de Voto Docentes; TTE = Total de votos Técnico-Administrativo; TAL = Total de voto Alunos.

RESULTADO GERAL NO SEGUNDO TURNO

Resultado Geral em todos os Campi da UNEAL
Chapas Doc. Téc.-Adm. Disc. % votos
Chapa 1: Jairo e Clébio 99 63 1452 57,93
Chapa 2: Laudirege e Rosângela 76 74 586 42,07
TOTAL 175 137 2038 100,00

O Resultado Geral, apontado acima, demonstra o que a comunidade acadêmica já tinha apontado no primeiro turno, a eleição da chapa 1 já vitoriosa. “a Chapa 1, com os Professores Jairo Campos e Clébio Correia, que obteve 49,43% dos votos válidos, e a Chapa 2, com as Professoras Laudirege Fernandes e Rosângela Nunes, e que obteve 30,16% dos votos. A Chapa 3, com os Professores Édel Guilherme e Moisés Calú, ficou com 20,41% dos votos, e, portanto, não participará do segundo turno”. (Em http://mundobr.pro.br/uneal/2010/06/07/primeiro-turno-homologado-no-consu/.

Mas, mas do que isso, demonstra o explícito e prioritário apoio dos alunos, com 1165 votos para a chapa 1 e, 321, chapa 2 e 397, chapa 3. Estava claro, já no primeiro turno que os alunos reprovavam os quatro anos da gestão Dacio/Laudirege. No segundo turno, mesmo aumentando a quantidade de alunos votantes, e tendo o apoio da chapa 3, a chapa 2, obtive crescimento negativo, com apenas 586 votos e, a chapa 1 crescimento positivo com 1452 votos, uma aumento relação ao primeiro turno de 287 votos. Por outro lado, podemos ainda sentir a ausência de grande parte dos alunos no processo eleitoral e, como positivo, a baixa quantidade de votos brancos e nulos, demonstrando que, por um lado,quem foi votar, tinha certeza em quem queria votar e, por outro lado, mesmo optando por votar branco ou nulo, também tinha certeza da necessidade de sua participação na eleição, faendo uma opção. Grande parte dos Professores e Setor Administrativo, compareceu as urnas, deram suas opiniões, buscaram possíveis soluções. Agora, cabe a tarefa de colocar em prática. Lembrar a História, não significa luta contra aqueles que expressaram opiniões contrárias, mas ressalta seus erros e acertos, pensar um novo futuro para a UNEAL.
A participação é importante numa Universidade que desde que foi estadualizada, se transformou em "cabide de emprego" de diversos governos estaduais. Acabaram com qualquer forma de participação direta da comunidade acadêmica que existia, mesmo quando ainda era apenas a Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca-FFPA, ligada a Fundação Educacional do Agreste Alagoano-FUNEC. Os governos Estadual e Municipal, viam na FFPA/FUNESA/UNEAL, local apropriado para desenvolver sua visão patrimonialista de administração pública, assegurando a manutenção e troca de Diretores-presidentes, de acordo com interesses polítiqueiros; mantendo distante a possíbilidade de realização de concurso público para funcionário, uma reivindicação de existia desde quando oficialmente se transformou em Fundação, mas que já vinha sendo exigida em diversas lutas da comunidade acadêmica.
Apenas no inicio da década de 2000, o curso de História, do atual Campus I, exigiu eleição para Coordenador de Curso, até então, também indicado pelos diretores-presidentes da FUNESA e que geralmente serviam o propósito de manter "calma" a comunidade acadêmica. Lutamos e conseguimos eleições. As primeiras em vários em mais de uma década. Usavam todo tipo de artimanha: o coordenador eleito do curso de História não recebia gratificação, enquanto os demais, eram agraciados sem questionamentos. Mesmo assim, passamos as demais exigências: Forum Universitário; realização de concursos para professores efetivos; qualificação de professores; melhorias no ensino; necessidade de pesquisa e extensão etc.
Estou lembrando esses fatos, visando ressaltar a importância do processo eleitoral atual. Este, veio após a primeira eleição para Reitor, eleito por quatro anos. Apesar da existência de eleição, agora, como Universidade, a gestão anterior passou a esquecer quem, de fato, teria colocado os atuais Reitores para gerir a Instituição: a comunidade acadêmica. Esqueceu tanto, que foi obrigado a renunciar. Assumindo a atual Reitora, procurou da continuidade a gestão anterior. Nada de novo, tendo em vista que foram eleitos juntos, mas, novamente, preferiu, manter a UNEAL, como local de uso e abuso do governo Estadual.
Essa situação, aponta para o fato de que a emancipação política, apesar de ser importante e necessária, não garante a emancipação humana. Não estabelece critérios que possam acabar com os usos e abusos do poder público estadual nas Instituições que, legalmente, são autônomas, como, de Direito, são as Universidades. Entretanto, podemos assegurar que pode haver mudanças, tendo em vista que esse mesmo poder público, deve passar a entender que a comunidade acadêmica não aceita interferência indevidas na Instituição e, sem dúvida, o resultado da eleição de 2010, para a Reitoria da UNEAL, marcou uma nova fase: os seguimentos disseram um sonoro NÃO a política de subserviência da UNEAL. com excessão do setor administrativo, o único caso em que a atual Reitora obteve maioria. Note-se que apenas em Arapiraca, aonde fica localizada a Reitoria. Nos demais Campi, geralmente houve empates e no de União dos Palmares, obteve esmagadora derrota. Atribuo esse resultado, a recente efetivação desses funcionários que, acredito, não sabem quem, de fato, lutou para a realização desse concurso.Não compreendiam, que a tentativa de não realização do concurso, pelo governo do Estado, era uma ação conjunta visando manter a estrutura de cabide de emprego que perdurava na UNEAL e, que, apenas foram nomeados em caráter precário, após, exigência do poder público. Geralmente, os professores que apoiavam a chapa eleita, estiveram presentes nessa luta, exigindo através do Sindicatos dos Professores e, grande parte dos estudantes, através de sua organização de classe.
Os dados abaixo, expressam a votade da comunidade acadêmica. Em uma eleição proporcional, com pouco mais de 33% dos votos para cada categoria, 57,93% disseram o que queriam. Ressalto, entretanto, que a construção de uma Universidade Pública, no interior de um Estado marcado pelo abandono do governo brasileiro, entregue a propria sorte, sendo historicamente dominado pelo Poder Usineiro, educação não foi e não é prioridadade. Por isso, exige de cada um a responsabilidade de começar a UNEAL enquanto Universidade. Até hoje, apesar das lutas existentes, sem elas nada teria acontecido, ainda existimos como se fosse uma Fundação gerida com interferência direta do poder público. Precissamos, sim, dizer BASTA.

Agora, veja o resultado organizado por categoria e Campus.

Campus I - Arapiraca
Chapas Doc Téc-Adm. Disc. % votos
Chapa 1: Jairo e Clébio 53 23 514 50,08
Chapa 2: Laudirege e Rosângela 39 51 321 49,92
TOTAL 92 74 835 100,00

No Campus I, houve grande apoio dos professores e alunos a chapa 1 e, elevado indíce de apoio do setor administrativo a chapa 2. Mesmo assim o percetual para a chapa 1 foi de 50,08, o menor entre todas os Campi. É interessante notar que, no Campus II, em Santana do Ipanema, a situação foi diferente, professores, em sua maioria apoiam a chapa 2 e os funcionários, a chapa 1. Seria necessária uma pesquisa aprofundada para verificar tal situação. Que fatores mobilizadores e contrários foram determinantes para que tal situação ocorra, especialmente em Santana do Ipanema e Arapiraca, tendo em vista que nos outros campi não ocorreria de forma semelhante?

Campus II - Santana do Ipanema


Chapas Doc. Téc.-Adm. Disc. % votos

Chapa 1: Jairo e Clébio 10 15 175 61,51
Chapa 2: Laudirege e Rosângela 14 6 70 38,49
TOTAL 24 21 245 100,00

Como dissemos acima, seria necessária uma pesquisa, mas, no momento, apenas podemos analisar os números consolidados. O fato é que, grande parte dos alunos e funcionarios disseram NÃO, dos 24 professores votantes, 14 votaram na chapa 2, correspondendo a vitoria da chapa 1 com 61,61% dos votos válidos e, uma expressiva diferença entre ambas de 23,02%.
Campus III - Palmeira dos Índios


Chapas Doc. Téc.-Adm. Disc. % votos
Chapa 1: Jairo e Clébio 25 11 300 56,02
Chapa 2: Laudirege e Rosângela 20 11 180 43,98
TOTAL 45 22 4 80 100,00
Em Palmeira dos Índios, a chapa 1, obteve 56,02%. Foi marcada pela expressiva maioria dos alunos votantes,(300) na chapa 1 com 120 votas a mais que a chapa 2. O empate entre o número de funcionários e, a quantidade de professores 25(chapa 1) e 20(chapa 2).


Campus IV - São Miguel dos Campos


Chapas Doc. Téc.-Adm. Disc. % votos
Chapa 1: Jairo e Clébio 4 5 201 67,17
Chapa 2: Laudirege e Rosângela 3 5 12 32,83
TOTAL 7 10 213 100,00


Diriamos que situação semelhante ocorre em São Miguel dos Campus(Campus IV) em relação a professores e setor administrativos, mas a grande diferença ocorreu mesmo em relação aos alunos: a chapa 1, teve 201 votos, contra apenas 12 da chapa 2, ou seja, 189 votos de diferença. O que, nos faz perguntar, novamente, o que os alunos perceberam, em São Miguel, optando prioritariamente pela chapa 1 que professores e funcionários adminstrativos, viram uma divisão? O que estaria em jogo entre as três categorias para ocorrer tamanha disparidade, tanto em números relativos como absolutos?

Campus V - União dos Palmares

Chapas Doc. Téc.-Adm. Disc. % votos
Chapa 1: Jairo e Clébio 7 9 261 96,29
Chapa 2: Laudirege e Rosângela 0 1 3 3,71
TOTAL 7 10 264 100,00
Mas, parece que a situação mais gritante ficou mesmo para o Campus V, de União dos Palmares. Era nele que o Prof. Jairo Campos era Diretor eleito por sua comunidade. Foi para União que as duas chapas derrotadas voltaram seus olhares para tentar descaracterizar a gestão do Prof. Jairo. E-mail's eram constatimentes enviados, pelos partidários da chapa 2, afirmando que o Prof. Jairo teria abandonado o campus, que cobrava taxas sem autorização da Universidade. A chapa 3, repetia essa mesma História, quando participou do Debate no primeiro turno das Eleições. Debate este, que a chapa 2 se omitiu em participar. Pareciam pretender criar um fato político, com tais informações que, quem conhecia o Prof. Jairo, sabia ser um inverdade. Reproduzia-se, em campanha, formas mesquinhas de fazer política. Sei que essa situação não é prerrogativa da UNEAL, tendo em vista que, por vezes, acompanho, algumas outras Universidades e vejo, a mesma forma de fazer política das "ruas". Mas, um erro não corrige o outro e, repetir mentiras, preconceitos pessoais( e mesquinhos), não funcionou na UNEAL. Nem copiar integralmente o Plano de Trabalho de outros candidatos(de outra Universidade), também não ajudou na manutenção do poder. Nesse sentido, União dos Palmares, deu a resposta: nenhum professor votou na chapa 2, acredita-se que o voto do funcionário composto nos resultados, seria aquele de fora de União dos Palmares, que teria ido fiscalizar a votação e, dos 264 alunos votantes, apenas 3 votaram na chapa 2.
Sem dúvida foi uma grande vitoria. Não vitoria apenas em relação a quantidade de votos, mas vitoria contra absurdos. União dos Palmares, como terra brava, de histórica luta de resistência, disse não as inverdades, aos preconceitos, ao descaso com que o campus é tratado.
Mas, a grande vitória foi da comunidade acadêmica em geral, pois soube escolher um projeto de trabalho efetivamente realizados por seus idealizadores. Um projeto que os atuais candidatos ao governo e a assembléia do Estado de Alagoas, tendo em vista viram qual a política derrotada, possívelmente já sabem que a UNEAL precisa ser levada a sério e, que sua comunidade acadêmica, se posiciona seriamente quanto o fato for negociar o desenvolvimento da UNEAL.
Finalmente, não esperemos mágicas. A construção de uma Universidade exige a participação de todos. Por isso, devemos sim, lembrar a história, como dito acima, mas devemos observá-la, também, com visão de futuro, ou seja, que UNEAL queremos? Essa resposta, exige que não tratemos como ganhadores ou perdedores, mas como comunidade acadêmica que almeja consolidae sua Instituição, mantendo seus interesses ideológicos, mas, prioritariamente pensando na UNEAL.